Final de Ano

Final de Ano

Sempre em final de ano sou invadida de estranhas sensações.
Sinto inquietude, tristeza, esperança, alegria, saudade,
Uma mistura singular de emoções.
Tenho quase mania de auditor de fazer balanço.
Balanço de vida, desse mundo em que vivo,
Pesando as coisas negativas e coisas positivas,
Ai vem àquela questão se o impossível é a lei do milagre,
E, se fé transporta realmente montanhas...
O que faço eu de meu existencial?
O que eu levarei como bagagem de vida para 2009?
De certeza levarei a teimosia dos seres utópicos,
Onde o imaginário é uma dimensão essencial do real.
Levarei a esperança que é possível construir um novo mundo,
Pois, sem sonho, a realidade perde o sabor do desafio.
Levarei o desejo de continuar sonhando com um Brasil mais humano.
Levarei a inquietude, a tristeza para conviver com a alegria,
Levarei a saudade de minha terra para reviver sempre a memória.
Levarei meu jardim em hibernação para florir o ano novo no sertão,
Solicitarei meus amigos, amigas, minha família nesse final de ano,
Que ajude a levar comigo para 2009 essa bagagem carregada de sonhos.
Não quero sonhar sozinha, quero uma soma de sonhos, sonhos coletivos,
Que se traduzirão em realidade.
Juntos, avançaremos na expectativa que em 2009 a ordem dos desejos será acessível e a felicidade possível.

Com minha fraternura de final de ano
Marilza de Melo Foucher
Dezembro 2008

Fin d’année 2008

Toujours en fin d’année, d’étranges sensations m’envahissent
Je ressens inquiétude, tristesse, espérance, joie, nostalgie
Un singulier mélange d’émotions.
J’ai presque cette manie d’auditeur de faire le bilan
Le bilan de ce monde dans lequel je vis, un bilan de vie,
Pesant les points négatifs et les points positifs,
Surgit alors cette question de savoir si l’impossible est la loi du miracle,
Et si la foi transporte réellement des montagnes…
Et moi, que fais-je de mon existentiel ?
Qu’emporterai-je dans mon bagage de vie en 2009 ?
Certainement, j’emporterai cette obsession des êtres utopiques,
Dans laquelle l’imaginaire est une dimension essentielle du réel !
J’emporterai l’espoir qu’il est possible de construire un monde nouveau,
Car sans rêve, la réalité perd la saveur du défi…
Je solliciterai mes amis, ma famille en cette fin d’année,
Pour m’aider à emporter avec moi en 2009 ce bagage chargé de rêves
Je ne veux pas rêver toute seule, je veux une somme de rêves, des rêves collectifs,
Et s’ils se produisent réellement nous avancerons ensemble
Dans l’expectative qu’en 2009, l’ordre des désirs soit accessible et le bonheur possible.

Marilza de Melo Foucher
Decembre 2008