sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Memória, memórias?

Não tenho memória curta
Aliás, ela é larga demais!
Por vezes, até seletiva.
Os amores que tive na vida,
Os amigos de infância,
Restam vivos nas lembranças.
Integram minha memória afetiva
Guardados que nem relicários.
Da adolescência rebelde
Ficou o proibido proibir,
A capacidade de se indignar,
A militância sonhadora,
A provocação sem inibição,
O enfrentamento aos desafios,
A luta por um mundo solidário,
A fé comprometida, fora dos templos.
A resistência a tudo que é padronizado.
A crença na utopia do possível.
No retrovisor do tempo
Eu me realizo e me revelo,
As imagens se projetam no consciente
Aumentando o espaço da memória
São muitas historias de vida gravada
Que vale a pena sempre lembrar.
Outras deitaram comigo no divã da psicanálise
Em conflito dialético com meu eu,
Desvendadas em analises, foram liberadas,
Restou o edifício do meu eu inacabado.
Em cada memória uma pedra em construção
Refletido em mim como um espelho
Oh memória, memórias!
Que faz florescer o tempo, passado e presente...

Marilza de Melo Foucher
Final de ano 2005

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