sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Rapidez da beleza

Borboleta multicolorida
Beija uma rosa vermelha.

Aproximo-me, ela voa...
Vejo um campo de lavandas।

Aproximo-me।
A beleza se evapora em perfumes...
Vejo um beija-flor e uma abelha
Disputando o mel e a beleza da flor
Aproximo-me divagar...
Uma pétala cai suavemente em meus pés.
O outono chegou.
As árvores se vestem de dourado.
O inverno na disputa do tempo se faz presente.
As folhas douradas voam.
O inverno deixa a beleza nua
Com um manto branco de neve exposto a seus pés.
...

Atravesso mentalmente o Atlântico.
Vejo o alvorecer na floresta Amazônica,
Contemplo o reflexo do sol entre as arvores.
Um bando de araras chega em alvoroço
Olho para admirá-las e elas voam...
Acompanho por segundos a debandada das gaiatas.
Asas coloridas voam em harmonia
E desaparecem como um arco-íris no céu.
Rio Negro e Rio Amazonas,
Cartão postal de minha Manaus.
Uma beleza em Preto e Branco...
...
Na Patagônia, navegando no lago Argentino,
pelo canal “Upsala”, vejo uma beleza esmerada.
O barco se aproxima,
A beleza glacial se derrete,
Os Icebergs se movem...
Perigo à vista!
E a beleza nos desafia.
Resta beleza natural
A vida que se faz vida
Num tempo de beleza efêmera.
Viroflay 23 de dezembro 2004

Marilza de Melo Foucher
Foto tirada pela autora


Um comentário:

Anônimo disse...

Mulher, moça, menina Marilza, perdoe. O computador deu pane, a dor me dá pânico, e o mundo me dá medo.
No medo não medro, então me rasgo querendo engolir tudo, antropofagiar tudo, canabalizar do cabal ao banal.
Quedê tempo? Quero também comer o tempo que me consome grão a grão de uma sutil e inexorável ampulheta.
Mas do que consegui ler de ti, já vi que não é punheta. Teu ócio é sagrado e é semente. Frutique! Floresça! Sei que ainda vou te cheirar. Perfume de Flores do Mal. Seja nosso Baudelaire! E te beijo como colibri.